(O conteúdo deste blog é de autoria inviolável de Alessandro Vargas, sendo parte consubstancial de sua idiossincrasia) (contém partes da obra "Velhos Invernos e Dias de Diamantes")
quinta-feira, 1 de janeiro de 2009
A Sombra da Dúvida
Já tive tempos de não sei o quê
Já fui parar não sei aonde
Me sinto como não sei dizer
Já fiz coisas que nem sei como
Ando assim meio sei lá
Criando tipos que não sei dizer
Ignorando tanto blá-blá-blá
E me tornando como vai saber
Estou sempre nos por aís
Apostando sempre nos pode ser
Amigo da onça mas e daí?
A vida é assim que se vai fazer?
Crendo em coisas não menos óbvias
Tendo atitudes normais, inócuas
Vivendo sempre à sombra da dúvida
Conformando com rotinas estúpidas
Talvez não tenha dito o que quis dizer
Talvez não tenha escrito o necessário
Não acredito que eu vá saber
Então fica o dito pelo não dito
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3 comentários:
"Nenhum desejo neste domingo
nenhum problema nesta vida
o mundo parou de repente
os homens ficaram calados
domingo sem fim nem começo.
A mão que escreve este poema
não sabe o que está escrevendo
mas é possível que se soubesse
nem ligasse."
(C.D.A.)
Sem sombra de dúvida. Belas citações de Carlos Drummond. Penso que seja como uma autopsicografia, como diria Fernando Pessoa. Vale conferir.
Obrigado.
"O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.
(...)"
Obrigado pela citação, não conhecia esta: Muito boa! Confesso que conheço muito pouco de Fernando Pessoa; talvez pela extensão de sua obra, talvez pela minha própria desídia.
Bom 2009!
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