terça-feira, 31 de março de 2015

Pessoa Imaginária



Às vezes me perco, ora me encontro
Ora me desfaço, mas me visto e pronto.
Ora etéreo, e subliminar
De quando em vez sublime
Outra vez sem ar.

Ora me despedaço, e me desintegro
Vez ou outra faço, mas não aconteço.
Vou partir-me em cacos pra ver se reconheço
No vazio espaço em que permaneço.

Pessoa imaginária que permeia o mundo
Em um bilhão de vozes que sinalizam tudo.
O mundo em minha mente é sombrio e soturno.
Mergulho em mim mesmo, naufragado ao fundo.

Um homem soterrado por tantos pensamentos
Quase que invisível, quase completamente
Um homem sem sombra, quase sem sentimentos
E as lembranças vivas a invadir-lhe a mente.

Vou ver se despedaço pra fugir da existência
De tantos estilhaços da fútil demência
Da superficialidade que sufoca a gente
Da frivolidade que me afoga a mente.

Às vezes, sem notar, eu sumo, quase desapareço
Apareço aqui e ali, quase nem me apercebo
Vejo o sol e a lua juntos quando eu acordo cedo
Estou eclipsado e nublado e todo envolto em medo.

Ora eu sou visível mas não meu pranto
Ora descomedido e perdido um tanto
A locomotiva ensandecida chamada minha vida
Como um trem fantasma segue transtornando.




quarta-feira, 4 de março de 2015

07 Anos de Blog do Ale Vargas!





É com muito prazer que gostaria de comemorar com todos meus amigos leitores esses sete anos que escrevo nesse blog, compartilhando com todos meus devaneios, meus amores, minhas dúvidas e inquietações. No início não imaginava que algo tão singelo e particular, pudesse me prender por tanto tempo, acreditava até que fosse algo momentâneo. Apesar de escrever poemas desde os oito anos de idade não imaginava que esse hábito, ou melhor essa paixão, pudesse ser algo para mim ainda tão revigorante, prazeroso e necessário.

Agradeço imensamente a Deus e todas as forças do universo que me motivam tanto e me motivaram a escrever as mais de quinhentas postagens, todas autorais e viscerais, contidas nesse blog. Sei que cada leitor atento pode ver o quanto de mim mesmo que há inserido em cada frase, em cada ironia ou metáfora dentro de cada poema. Agradeço também a todos os meus amores, os que já se foram e os que ainda persistem, por serem para mim, sempre fonte de imensa inspiração, e os mantenho vivos em cada uma de minhas palavras, independente do desfecho que cada um teve ou terá.

A única intenção desse blog foi levar um pouco das sensações, das emoções e experiências deste singelo escritor, ou dou-me ao luxo de chamar, poeta, a cada pessoa que aqui aportasse. Não existe nenhuma intenção comercial ou de fama, visto que não uso de linguagem apelativa ou propaganda para atingir tal intento.

Enfim, sem mais delongas, sou imensamente grato a todos que leram, analisaram, comentaram, ou de alguma forma serviram de fonte de inspiração para meus poemas. Saiba que cada um de vocês, mesmo eu não os sabendo, ou vocês não sabendo de mim, fazem parte da confecção deste compêndio de relatos da alma humana, e são, sobremaneira, energia propulsora para que eu possa prosseguir escrevendo. Muito obrigado a todos. São todos mais que especiais.





segunda-feira, 2 de março de 2015

É Tudo Culpa da Culpa


















É tudo culpa da culpa
Acordo assustado e me pego lembrando
Seu rosto me vem e a saudade machuca
A passagem do tempo não está adiantando.

É tudo culpa minha
Fico observando sua linda vida de longe
Sei que jamais estarás sozinha
Sei que meu sentimento não acaba se esconde.

Quando sonho contigo passo o dia distante
Perdido nos pensamentos sua voz sua imagem
É bom é ruim é inquietante
Sempre um dia de muita saudade.

O passado vem à tona num segundo
E de um futuro que nunca vai ser
Eu poderia ser seu marido seu mundo
Mas isso não vai acontecer.

Minha cabeça cria viagens contigo
Cria luas-de-mel ilusórias
Fiz de suas lembranças abrigo
Outras pessoas já me são irrisórias.

Minha alma quando durmo viaja
Em meio a prédios e ruas vai até sua casa
E quando a encontra vela teu sono te abraça
Beija-lhe o rosto os lábios e se afasta.

Quando retorna vem de súbito e me acorda
Com o sabor dos seus lábios seu perfume sua tez
Meu corpo todo de amor se transborda
Então durmo de novo pra sonhar outra vez.