sexta-feira, 23 de julho de 2010

Uma passagem

Hoje o dia nasce novo
Até a lua brilha nova
O sol que queima o rosto
É o mesmo que me acorda.

No balanço da viagem
Admirando a bela lua
Ora um livro, e a paisagem,
Em um momento a face tua.

E quando pensas que estais forte
Os seus pés são seus amigos
Eu sozinho sou meu norte
E enfrento a dor sozinho.

Mas quando seus pés já se cansarem
De ti e a dor vier
Eu serei a fortaleza
E você só uma mulher.

Tudo isso uma passagem
Mas não será como antes fora,
Quando acabar sua coragem,
Não espere que a socorra.

Enfim, a dor é forte
Mas amanhã restabeleço
A lua é bela, o sol é forte
Enquanto dormes, reapareço.




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terça-feira, 20 de julho de 2010

Sem óbices

Tem dia que a gente acorda para perder
Mas de fato ninguém pediu pra nascer
E se o fato é pedir pra perder
Certamente sabe-se o por quê de fazer.

Mas entregue-se ao amor assim de peito, de pronto
Faz tanto bem amar, que amor deixa-me tonto;
E não sei o que é cansar, e não sei já faz muito tempo,
E deito-me a descansar e sonho contigo e me encontro.

Sem óbices pra te esquecer, aliás, nem um pouco;
O problema será me entreter, parece crer que estou louco,
Mas vou mudar pra melhor e feliz feito cão solto,
Acabam-se enfim as barreiras, e o mundo feliz, claro e novo.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Não Critique O Que Não Consegue Entender

Poema extraído da obra "Velhos Invernos e Dias de Diamantes".



Não critico, pois não entendo,
Não posso ver atrás dos seus olhos,
Não sei o que vês, não sei se está vendo...
Seu mundo caindo, seu mundo descendo.

Repreensão, repressão, reprimenda,
E ainda mais, tudo o que dizem de ti,
Sem ação, reação, reticências...
Você não vive, não come ou sorri.

Mas você bebe, e o cigarro te consome,
E você some como fumaça no ar,
Não come, não vive, não dorme,
Por falta de amor e de um lar.

Indecente, inerte, inexistente?
Não critico, pois não entendo,
Não posso ver atrás de seus olhos,
Nem tampouco seu mundo descendo.