(O conteúdo deste blog é de autoria inviolável de Alessandro Vargas, sendo parte consubstancial de sua idiossincrasia) (contém partes da obra "Velhos Invernos e Dias de Diamantes")
segunda-feira, 29 de setembro de 2008
A Raposa Felpuda
Ele é o lobo em pele de cordeiro
A raposa felpuda
Tem pontaria certeira de arqueiro
Ávida e astuta
Sente a ponta da flecha na carne
Remexa na brasa
Sinta a vida escorrer em seu cerne
O fio da navalha
Tem as garras das aves de rapina
Sobrevoa bem alto
Um visão mais nobre do que se imagina
Agarra de assalto
Ele é o lobo vestido em casaca de cordeiro
Que matou para vestir-se
Ela é a flecha morteira e certeira do arqueiro
Que insiste em ferir-me
Tem dom de sobra e só não dobra quem não quer
É força bruta
Tem som de cobra e não se cobra por mulher
Dá o tom da luta
Apesar de lobo sabe o jogo e a presa estuda
Veste-se carneiro prepara as presas bem agudas
Mas o lobo é bobo não sabe o quanto ela o escruta
É fiel do arqueiro e não se brinca com a raposa astuta
sexta-feira, 26 de setembro de 2008
21:40
Excerto de "Velhos Invernos e Dias de Diamantes"
Pude sentir sua presença no ar,
Pude pagar cada palavra que disse,
Não sabes, nem sei o que é amar,
Mas não pedi que você conseguisse
Ou tentasse só me beijar
Pra não viver essa vida tão triste.
Eu viajo até sua casa,
Posso te ver inquieta infeliz
De madrugada, no sofá de sua sala,
Assistindo para se distrair.
Se tentar ainda ouço sua fala,
Mas não consigo vê-la sorrir.
Se pudesse nunca mais te veria,
Se pudesse eu corria de volta,
Mas não sei se eu te faria compreender essa minha revolta.
E será que você sofreria ao ver o amor sair pela porta?
Você não poderá me esquecer
Com um livro, uma carta, um cd,
Em tudo sempre vais ver
A mim como eu vejo você.
Mas não vai me procurar
Porque não quer dar o braço a torcer,
Mas um dia você vai se cansar
Se cansar de tanto sofrer
De tanto sofrer por amar
Amar como eu amo você.
Pude sentir sua presença no ar,
Pude pagar cada palavra que disse,
Não sabes, nem sei o que é amar,
Mas não pedi que você conseguisse
Ou tentasse só me beijar
Pra não viver essa vida tão triste.
Eu viajo até sua casa,
Posso te ver inquieta infeliz
De madrugada, no sofá de sua sala,
Assistindo para se distrair.
Se tentar ainda ouço sua fala,
Mas não consigo vê-la sorrir.
Se pudesse nunca mais te veria,
Se pudesse eu corria de volta,
Mas não sei se eu te faria compreender essa minha revolta.
E será que você sofreria ao ver o amor sair pela porta?
Você não poderá me esquecer
Com um livro, uma carta, um cd,
Em tudo sempre vais ver
A mim como eu vejo você.
Mas não vai me procurar
Porque não quer dar o braço a torcer,
Mas um dia você vai se cansar
Se cansar de tanto sofrer
De tanto sofrer por amar
Amar como eu amo você.
quinta-feira, 25 de setembro de 2008
Volátil (poema feito noise)
Maconha, marijuana, Cannabis, sensimilla
Papoula, cachaça, absinto, losna e artemísia
Cicuta, cigarro, cianoreto...
Éter...
Volátil e perfeito...
Etéreo
Já sob efeito...
Maconha, marijuana, Cannabis, sensimilla
Papoula, cachaça, absinto, losna e artemísia
Sexo, unha, limpeza e prazer
Café, trabalho, comida e morrer
Disputa, troféu, jogo e derrota
Come, dorme, acorda e nem nota
Fumaça de carro, cigarro e batalha
Cigarras no ouvido
Cigarras, cigarras...
Maconha, marijuana, Cannabis, sensimilla
Papoula, cachaça, absinto, losna e artemísia
Dorflex, anador e corda no pescoço
Alivia a dor, ali vem a dor, alicia a dor como reforço
Diazepam, Diazepam
Essa gente tão pagã
Diazepam, Diazepam
Não existe vida sã
Maconha, marijuana, Cannabis, sensimilla
Papoula, cachaça, absinto, losna e artemísia
Esse poema é feito noise...
Esse poema é feito noise...
Vida Sensitiva
segunda-feira, 22 de setembro de 2008
Dias Inteiros
Dedicado a José Afonso Alberton
Hoje estou aqui lembrando seus olhos verdadeiros,
Seu jeito de não me incomode,
Seu tempo em tantos cinzeiros.
Seus lábios têm sabor de licor. Campari rubro.
Em seu copo olha um mundo torto,
Se eu olhar eu descubro.
Nosso mundo é profundo de vozes como um rádio noturno,
Sei que há mais que fumaça entre nós.
Nosso mundo é soturno.
Seus pensamentos vão e voltam-se contra seus ideais,
Procurou tanto que achou alegria
Em dias normais.
É hipocrisia dizer que tudo foi contra nós,
Contra você em sua vida,
E comigo logo após.
No entanto nos achamos solitários na metrópole dos sonhos,
Nos perdemos de todos.
E dias estranhos.
Ontem eu estava aqui comigo mesmo, lembrando seus olhos verdes verdadeiros,
Seu jeito de não me incomode,
Nossos dias inteiros.
Hoje estou aqui lembrando seus olhos verdadeiros,
Seu jeito de não me incomode,
Seu tempo em tantos cinzeiros.
Seus lábios têm sabor de licor. Campari rubro.
Em seu copo olha um mundo torto,
Se eu olhar eu descubro.
Nosso mundo é profundo de vozes como um rádio noturno,
Sei que há mais que fumaça entre nós.
Nosso mundo é soturno.
Seus pensamentos vão e voltam-se contra seus ideais,
Procurou tanto que achou alegria
Em dias normais.
É hipocrisia dizer que tudo foi contra nós,
Contra você em sua vida,
E comigo logo após.
No entanto nos achamos solitários na metrópole dos sonhos,
Nos perdemos de todos.
E dias estranhos.
Ontem eu estava aqui comigo mesmo, lembrando seus olhos verdes verdadeiros,
Seu jeito de não me incomode,
Nossos dias inteiros.
Os lábios são sábios
Incita-me à contenda
Cicia-me desejos burlescos
Mostre-me a recompensa
Que realizo seus pensamentos
Dê-me o sabor latente
Que sirvo-te da melhor vivenda
Sabes ainda lactente
Sei que não és fazenda
Desvele-me como beata
Revele-se como queira
Mostre-me a maçã intacta
Que sugo-lhe até a seiva
Sinta o amor pulsante
A paranóia, o frenesi
Promovo-lhe uma dor pungente
Que nem mesmo algum dia senti
Descubra a protuberância maior
Cálice dos meus desejos, rotundo
Uma sobremesa após o jantar
Ágape dos deuses do mundo
E agora estamos deitados
Apartados e unidos no mesmo afã
Cada um para o seu lado
Lados contrários, mas causa irmã
O deleite é alvo e pinta os lábios
Os lábios são sábios e o sabem sadios
Os ânimos aquecem, minutos mágicos
O sangue efervesce e recomeça o delírio
sexta-feira, 19 de setembro de 2008
O Aroma
É um aroma de aventura
Olente como certos fluidos
Não como esses que por aí se apura
Mas de uns que vem seguidos de risos
É um torpor de torcer sentidos
É um odor que me agrada infante
Uma alegria que extrai gemidos
Uma sensação de prazer constante
Impulsiona e pula aqui no meu peito
Com seu sorriso pueril me enlaça
Nas adversidades dá-se um jeito
E como ela não há quem faça
Se suamos é de peripécia
Se amamos é da cabeça aos pés
Se jogamos? Sim só jogamos
Mas nosso jogo é bem mais que dez
Tão leve que adorno em uma mão
Capaz de todas as ilicitudes pra sua idade
Tão breve mas não em vão
Capaz de todas as virtudes que aqui se sabe
Não sei se sabe que tem o aroma das aventuras
Só sei que sabe que não apostei quando devia
Não sei se sabe como adorei as nossas loucuras
Só sei que não cabe mais em seus olhos o que antes via.
O ontem, o hoje...
Tão calmo quanto um cemitério
Tão estável quanto posso...
O tempo é deletério
O tempo é amigo nosso
O ontem na tumba
O hoje é a vida
Ainda não assombra
A vinda da ida
Menos fracasso que antes
Instável feito terremoto
Já não é como era antes
Mas não me importo
Não sou inerte ao fator do tempo
Nem tento mais ou menos que antes
Não sei a quanto está o motor do tempo
Nem sei agora o que virá adiante
Às vezes, alheio, de soslaio olho
As águas passadas do meu barco a vela
Digo não posso, mas enfim me molho
Pois as venturas se fizeram belas
O ontem não vive
O retrovisor
O hoje é quem vive
Mas se bem que retrô.
segunda-feira, 15 de setembro de 2008
Uma nova gente, um novo dia...
Nada como um dia novo
Nada como uma pá de terra
Nada como um dia o novo
Nada como uma nova era
E um balde de água fria
E um sol bem quente
E um novo dia
E uma nova gente
Quebrar a cara
Murro em ponta de faca
Entortar a vara
Muros com pontas de facas
Ilusões debalde
Um balde de água fria
Uma nova gente
E um novo dia
quarta-feira, 10 de setembro de 2008
LHC - The End Of Times
A máquina do fim do mundo já está ligada
Pode causar tumulto
Como pode causar nada
Não estou aflito com a novidade
Continuo aqui com meus livros
E ansiedade
Disseram que não é como ligar
A batedeira na tomada
É a maior máquina que existe
A maior máquina pra nada
Como se deu o Big Bang?
É o que queremos saber
Criaremos o nosso também
Estaremos lá para ver?
Agora sim vão dizer que enlouqueci
Que virei um fundamentalista
Ou então que me converti
A algo não provado que exista
Mas tudo bem sou acostumado com isso
Continuo na minha batalha
Julgado, mas não por omisso
Maluco ou coisa que o valha
terça-feira, 9 de setembro de 2008
Provas de Amor
É fácil exigir provas de amor,
Difícil é se submeter...
É fácil trocar momentos de dor,
Difícil é se comprometer...
É fácil tirar a roupa,
Difícil é tirar a máscara...
É fácil viver uma vida outra,
Difícil é mostrar a cara...
A felicidade não está nos dias atípicos...
Nem na fugacidade da saudade...
A verdade encontra-se nos momentos críticos...
Aí se encontra a verdade.
Se quiser fazer algo de má vontade, não faça.
Se quer viver algo pela metade, não viva.
Se quer algo de qualidade, então faça.
Se quiser me contar a verdade, me liga.
sexta-feira, 5 de setembro de 2008
Antecipação
terça-feira, 2 de setembro de 2008
No Meio de Um Coração
(Dedicado a R. S. O. G.)
Escreveu o meu nome no meio de um coração
Irá se apagar, logo vai se apagar...
O vento sopra, o vento é vilão,
Escreveu o meu nome na beira do mar...
Escreveu o meu nome na areia da praia,
Escreveu o meu nome na caneta do dedo,
Escreveu o meu nome porque vai se apagar,
Escreveu o meu nome porque não tinha medo.
Tinha solidão, mas companhia do mar,
Fazia tempo que assim se sentia,
O vento, vilão, a cantar, a cantar,
Por isso escreveu-me na beira mar.
Deixou-se sozinha um minuto a pensar,
Enquanto isso, a maresia;
Escreveu o meu nome, sem ver, nem pensar,
Escreveu o meu nome porque a mim só sentia.
Deixou-me sozinho, quer dizer, o meu nome,
E logo após isso, pôs-se a caminhar,
Na areia da praia tudo se consome,
por isso escreveu-me na areia do mar.
Escreveu o meu nome no meio de um coração
Irá se apagar, logo vai se apagar...
O vento sopra, o vento é vilão,
Escreveu o meu nome na beira do mar...
Escreveu o meu nome na areia da praia,
Escreveu o meu nome na caneta do dedo,
Escreveu o meu nome porque vai se apagar,
Escreveu o meu nome porque não tinha medo.
Tinha solidão, mas companhia do mar,
Fazia tempo que assim se sentia,
O vento, vilão, a cantar, a cantar,
Por isso escreveu-me na beira mar.
Deixou-se sozinha um minuto a pensar,
Enquanto isso, a maresia;
Escreveu o meu nome, sem ver, nem pensar,
Escreveu o meu nome porque a mim só sentia.
Deixou-me sozinho, quer dizer, o meu nome,
E logo após isso, pôs-se a caminhar,
Na areia da praia tudo se consome,
por isso escreveu-me na areia do mar.
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