quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Os Frutos Podres do Descaso

É interessante como se tem visto na mídia a incompreensão geral de todos no que tange àquela criança que efetuou um disparo contra sua professora e em seguida tirou sua própria vida. Nem psicólogos, nem jornalistas, ou políticos (estes já quase nunca manifestam opinião sobre nada), nem sociólogos ou qualquer outro profissional levanta uma possível razão para a atitude daquela criança tranquila, de dez anos de idade, com boas notas e, aparentemente, com uma boa família. A verdade é que o Brasil tem tapado os olhos para as pessoas, enquanto pessoas. O descaso predominante e constante está ocasionando essa onda de fatos atípicos e tipicamente bárbaros.

E o Brasil é o país do faz de conta. Faz de conta que se importa com as pessoas, faz de conta que vai resolver a situação, faz de conta que as entidades são sérias. Pouco se passou do caso do ex-aluno Wellington Menezes de Oliveira, que assassinou treze crianças em uma escola do Rio de Janeiro, e já ninguém falou mais nada acerca do caso, mesmo tendo sido um fato extremamente bárbaro e atípico em nosso país. Esse aluno, conhecido pelo seu jeito diferente, solitário e anti-social, mesmo os colegas, vizinhos e ex-professores, sabendo de tal situação, nada fizeram para tentar integrá-lo à sociedade, e tampouco se aperceberam de que o mesmo encontrava-se com algum distúrbio psicológico, apesar dos indícios mais que aparentes.

Essa criança que efetuou o disparo, não somente é mais uma vítima de Wellington Menezes, como é uma vítima da sociedade, uma vez que apesar de bom aluno, obediente aos pais, com boas notas, não teve seu reconhecimento por parte, nem da escola, nem dos professores e muito menos do governo, que não dá a mínima para o mérito particular das pessoas e prefere, em todas as esferas, favorecer parentes, amigos e outros indicados. É vítima de Wellington, uma vez que a barbárie ficou registrada em seu sub-consciente, e acreditou, que tal como este, poderia resolver seus problemas os eliminando brutalmente; tanto é verdade tal fato, que efetuou o disparo contra sua própria cabeça em uma escadaria, exatamente como morreu seu mártir Wellington Menezes, alguém se lembra?

Os brasileiros em sua maioria já sofreram, sofrem ou sofrerão algum tipo de transtorno psicológico, e quando ocorre algum incidente dessas proporções, o governo nada faz no sentido de amenizar toda a tensão gerada em toda a sociedade. As crianças são obrigadas a ir para a escola sob a condição de estado de guerra, com o perigo das balas perdidas, da violência policial, do bullying, do desvio das verbas da educação, saúde, transportes; e mesmo assim não recebem a atenção e carinho necessários para tornar-se bons cidadãos, e mesmo assim a maioria se torna, graças a Deus.

Realmente a culpa nessa tragédia toda não pode ser extendida aos pais dessa criança, mas sim ao sistema em que estamos inseridos. Enquanto o governo e a sociedade toda não se pautar na meritocracia, começando a valorizar seus cidadãos, inclusive os pequeninos; estimulando os talentos individuais, observando as personalidades intimistas, remunerando seus profissionais com dignidade, cada vez mais seremos obrigados a assitir o caos e a barbárie se espalhar por esse país como uma doença incurável e altamente contagiosa.

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Artigo publicado pelo site Olhar Direto em 29/09/2011:

http://migre.me/5Otsh

Desde já profundos agradecimentos!

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sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Bem mais

Hoje vejo sua face tenra, quase que infantil
Não sei se ainda se lembra
Do início sutil, pueril.

Em imagens antigas na rede
Vejo seus sorrisos sinceros
Nem parece que estava tão perto
Nem imaginas o quanto lamento.

A pele branca de maciez, aliás, mais do que isso
Combinava com sua tez, aliança, anel, compromisso.

E combinava sua palidez, com noite, festa, calor...
A rodar só nós dois, só nós três...
E depois só paixão, fogo, amor.

Bem mais que sorrisos, beijinhos, carícias, vestido...
Jantar, noite, velas, pedidos, suspiros, delícias, libido,
Tesão, emoção, chuva... Ela.



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terça-feira, 13 de setembro de 2011

Um desejo além

Às vezes penso: não é simplesmente um prazer, um desejo além,
Mas sim são pessoas que se entregam totalmente pra nos fazer um bem.

E é um desprendimento único
Mesmo sem prazer recíproco
Um consentimento mútuo
Sem sentimento nítido.

Manancial dos prazeres
Ágape de seduções
Que mil mulheres
Jamais causariam.

Em foco o jogo
Que é seu corpo todo
O prazer em dobro
E por dentro o fogo.


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sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Idólatra

Transformei-me no idólatra da sua pele
E quero habitar no seu corpo todo dia
Deixar pra trás toda a razão
E sentido que fez as coisas até então.

Às vezes quero parar de navegar sua boca
Pois o desejo me consome até a alma
Com você a razão perde a razão de ser
E a loucura vem chegando mansa e calma.

E se Deus me concedesse o presente da sua presença
Seria pelo dó de ter perdido aquele outro
E apesar da semelhança a diferença
Ele sempre nos concede o bom, o novo.


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