sábado, 30 de janeiro de 2010

Acertos


Não é que tudo mude
Ou acabe...

E nada que acabe que não possa ser restaurado.

O fim é nítido mesmo que um horizonte o esconda
O fim está na curva
E o recomeço bem na próxima...

O mundo com suas voltas
Sempre nos envolvendo
Fazendo-nos enganar
E achar que estamos certos.

Hoje vejo o erro
Mas aprendi como os acertos
Nada muda mesmo
Só muda o jeito de fazermos.

sábado, 23 de janeiro de 2010

Ainda cruzo o oceano...


Um dia sem arrumar a cama
Mas não desfaço meus planos
Não vivo e revivo esse drama
Ainda cruzo o oceano...

Talvez não veja bem certo
O rumo que estou tomando
Talvez não chegue nem perto
Daquilo que estou pensando.

Não é devaneio, tolo, não
Não é perspicácia descomedida
Não é vida levada em vão
Não é isso que chamo de vida.

Tenho parado o frenesi e sigo pensando
Aproveitando o bom vento soprando
Ainda concluo meu plano
Mesmo que cruze o oceano.

sábado, 16 de janeiro de 2010

Frívola


Parecia tímida
Ora tépida
Um pouco insípida

Às vezes frígida
Mas de quando rápida
E descomedida

Fingia pouco
pelo menos era o que parecia

Parecia louco
Mas não era isso que se dizia

Veio de encontro
Tipo de bate e pronto

Foi tanto estrondo
Que fiquei tonto.

Hoje vejo bélica
Eu lúcido
Creio frívola
Eu íntegro.

domingo, 3 de janeiro de 2010

O Outro


Ele estava ficando louco
Nesse íntimo de querer ser o outro
Ia aumentando pouco e pouco
E tanto foi que virou muito.

Queria sê-lo e sabia
Tomou namorada experimentou as ex
Como ele vestia
Bronzeou pra igualar a tez.

Já não era pudico era igual
Já era popular nas redondezas
Já falava como tal
Vangloriava espertezas.

O outro dizia-se mito
Ele disfarçava o que podia
Uma cópia de um desconhecido
Mas o desconhecido.

Estudou o elemento a ser copiado
As frases feitas que o outro criou
Estava ficando um sujeito perigoso
Mas no seu íntimo, vitorioso.

E tudo que sabia do outro era fascinante
Mesmo sendo um facínora
Sua vida tosca ficou mais vibrante
Já não é mais o mesmo de antes...

Contemporâneos


Queria escrever algo pra você e pra mim
Mas algo não tão singelo e abstrato
Mas algo tátil e verossímil.

Só queria que você soubesse
De como é feliz sermos contemporâneos
Podia ter nascido no tempo de Dom Pedro
Mas não, dividimos os mesmos tempos
Respiramos os mesmos ventos.

Mesmo errando e sendo humano
Mesmo que faleceremos e seremos esquecidos
Ainda não te esqueci
E somos contemporâneos.

Entra ano e sai ano
As gerações vão mudando
E nós cada vez mais mundanos
Mas não mudam-se os planos
Somos retrógrados
Somos nossos fotógrafos
Pra quem sabe um segundo plano.