quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Ervas Daninhas

É incrível a facilidade como ele se esquiva
São anos e anos livre das flechas que tanto nos crivam
Ainda caminha no caminho de ervas daninhas que sempre cultivas
Mas mal sabem eles que a cada tentativa só nos deixam mais vivo.

Malgrado o desejo, o intento e a sina de estar sempre acima
E meus olhos já fartos não cansam de ver o que fica pra trás
E são tantas coisas que vão se afastando atrás na neblina
E eu nunca paro, pois sei que adiante é bem melhor que lá atrás.

Porém, precisava aprender enquanto vivo que nem sempre o fim é o fim de tudo
Precisava acreditar, esperar mais, vivenciar as voltas do mundo
E quem sabe um dia possa crer bem lá no fundo
Que ainda posso viver o que pareceu um sonho de um sono profundo.


(...)


quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Repartição

"Refrigera a minha alma; guia-me pelas veredas da justiça, por amor do seu nome." 

Salmos 23:3




Cada um de nós imersos em uma solidão necessária
Sozinhos numa sala clara e refrigerada
Uma alegria precária.
Um sentimento de nada.

Dentro da repartição sem emoção no coração
Talvez como se se colasse as partes fragmentadas
Com durex, com cola, com pauta, com reunião...
Com café na copa, com falsas risadas.

Um momento ameno, isso é paz? Já faz tanto tempo
Essa calmaria infernal vai apaziguando meus nervos
Vamos crescendo, mais ou menos, sofrendo por dentro
No fundo, no fundo é o descontentamento.

Nem o ar condicionado refrigera minha alma
E alma na verdade é um anagrama de lama
A loucura vai saindo com calma
Vou num minuto da maca pra cama.

Dentro da repartição só o coração partido colado com adesivo
Mas é pra sofrer, não é por isso que vivo?
Não é esse o sentido de tudo?
Calados, falados, parados à mercê no mundo.

O dia é ameno, pachorrento, está entendendo?
Procuro ainda aquela adrenalina por dentro
Mesmo que o ano já nasça morrendo
Senti falta do seu doce veneno.