sexta-feira, 15 de junho de 2012

Casa



















Casa com ela
É uma casa muito mais bela
Case com ela
E nunca mais fique naquela.

Maravilhosa
Como o amor exposto em tela
Deliciosa
Sensação de estar com ela.

Macia
Como se tivesse pele a lua
Sorria
Pra te ver a alma nua.

Dentro de ti
É que encontro parte de mim
Fora de ti
É solidão sem ponto nem fim.

Casa com ela
É a alma exposta ao prazer
Case com ela
É o que minha alma vive a dizer.



***

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Diapasão

‎"Não precisa falar, nem saber de mim, e até pra morrer você tem que existir." (Otto)



Ninguém parece vibrar no seu diapasão
E a canção lá fora é tão alheia como se não existisse
E se por um momento sumisse seria como fumaça que subisse
E ninguém sequer percebesse ou houvesse razão.

E não há que julgar como alheios ou alienados
Você anda de um lado pro outro sem chão
Até então você via caminho onde ninguém havia trilhado
Mas perdeu-se na sua trilha que era só ilusão.

Não sei se compensa levar uma vida onde nunca se sabe
E definitivamente às vezes o melhor a fazer é morrer
Que carregar no peito um tal de amor que quer reaver
E tentar viver esse falso amor antes mesmo que acabe.

São só conselhos aos tolos aos bobos aos enamorados
Mas conselho não se vende ou empresta e ninguém se importa
Mais vale solidão ausência do que desamor ao seu lado
Porque mais cedo ou mais tarde a covardia e abandono bate a sua porta.

E pensando bem por esse diapasão não senti nada novamente
E o diabo sussurra qualquer asneira olhando de soslaio
Contudo é bom nos encontrarmos assim frente a frente
É só uma prova que mesmo no meio do fogo cruzado inevitavelmente ileso saio.



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sexta-feira, 8 de junho de 2012

O Lago

Atiram pedras em meu lago límpido e enorme
Levantando lodo lama e todas as incertezas
Não sabem o monstro que por sorte dorme
Mas num ímpeto levanta-se das profundezas.

Há muito que andava pelo vale da sombra da morte
E escorregando por seu despenhadeiro
E no intuito de arrastar muitos com braço forte
Foi que preferiu pular primeiro.

Sou acostumado a lidar com víboras e serpentes manipuladoras
de línguas afiadas e veneno mortal
Contudo tenho espadas que cortam almas e vísceras
E depois as enterro no meu quintal.

Mil cavaleiros malfeitores são como o ódio em meu olho
E no final do túnel o aguarda uma criatura de terno
Aquele que mata e fere de morte quem bem eu escolho
E o encaminha pra porta que abriste do teu inferno.

Você sem saber preparou para si uma cama de escorpiões
Agora tem olhos sobre você como chamas ardentes
Nesse mundo ninguém sabe ao certo quem são os vilões
E o ferrões são como em sua pele mil brasas quentes.

Não aceito meu nome na boca de ímpios impuros
Em cada escuro haverá um medo sobressalente
Toda a revolta só exalta de mim um lado obscuro
Que sinceramente não sei se é bom encontrar em sua frente.]



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