terça-feira, 30 de outubro de 2012

O rito

Que os risos saiam espontâneos
E os beijos sejam desejados
Que o amor não seja instantâneo
E os riscos nunca calculados.

Que o desejo possa fluir
E correr como um rio em suas veias
Que possa dentro de ti já sentir
O prazer a envolver em suas teias.

Nada pior que viver reprimido
É sem sentido obliterar o vivido
O sentimento jamais esquecido
É ir-se como nunca ter ido.

Deixar o vulcão transcender
E incendiar tudo que envolva o amor
Respirar e inebriar-se com ardor
E nas chamas do prazer se aquecer.

Num turbilhão de um milhão de desejos
Como em transe num mundo complexo
Labaredas de tesão num segundo de beijo
Labirintos de paixão fogo e sexo.

Ver escorrer em sua pele o prazer
Em seus seios, seus lábios, seu rosto
Engendrar o mel que amas beber
Sentindo a essência em sua língua o meu gosto.

No altar dos sacrifícios da carne
Elevar-se ao auge do desejo infinito
Habitar seu corpo penetrar em seu cerne
É o mistério que sela o amor. Nosso rito.


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