domingo, 19 de abril de 2009

Segue o Rito


Tudo volta ao normal
O sexo sadio habitual
O frenesi, o ritual
O suór do corpo do sal.

A priori ainda se resiste
Mas a gente supera em prol da ação
À razão a gente se omite
É assim que nasce a paixão.

O corpo enrijece afinal é humano
As ações são medidas faz parte do plano
O corpo se entrega o corpo é mundano
O corpo entregue por debaixo do pano

A boca encontra sua fonte da vida
E dá vida ao momento traz alento à carne
Outra boca de encontro à viva ferida
A língua de encontro à seiva no cerne

Sinta o licor por ti preparado
Elaborado no âmago dos seus lábios
Esse por ti tantas vezes provado
Que sugo seu néctar até restar acabado

A ação é torpe e a causa é vã
Beijo as maçãs dos seios à mostra
A paixão existe e agora é o afã
Traição, pecado como se gosta

O sabor das suas coxas e virilhas
O torpor da minha língua em sua pele
Suavemente sigo suas trilhas
Pra chegarmos ao prazer que revelas

Enfim se prosta ao chão pra mim de costas
Ajoelha-se como adorando o invisível
Te agarro pelos cabelos como sei que gosta
E lhe mostro um lado meu não tão sensível.

Os sussuros ficam altos viram gritos
Eu me coloco inteiramente em sua ferida
E bruscamente, velozmente segue o rito
E enfim tu bebes loucamente o mel da vida.

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