sábado, 5 de julho de 2008

Os bóias-frias da modernidade


Entre um expediente e outro
Entre a troca do terceiro trampo
Uma pausa para o almoço
Umas três e tanto

Uma digestão eficaz
Senão já era
Querer um minuto de paz?
Quimera

Um olhar de soslaio pro sol
Da janelinha do banheiro
Uma volta no meu quintal
De uns dois por três metros e meio

Acorda às quatro à força
Mas já não é pau-de-arara
Sobe no "rasga-roupa"
Pra ir pra batalha

Geralmente é rotina
De quando em quando um incidente
Às sete da matina
Só se for acidente

Sacia a sede de sangue
Dos transeuntes passantes
Parecem sanguessugas de mangue
Na lama, mas esgarçantes

Mas a gente merece lazer
A gente se diverte com tudo
A gente sabe que vai morrer
Mesmo assim não razão para o luto

Chega em casa, seu reduto de paz
Onde lá tem alguém que o espera
Se arma, se prepara, e refaz
Porque amanha é dia de guerra

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