
A gente é feito de carne
Mas às vezes nem sinto
Amortece-se algumas partes
Como se a parte estivesse dormindo...
Como se parte de algo morresse
E flutuasse e discrepante
E não se intristecesse
Ver-se morrer nesse instante
Como se tudo fosse etéreo
e brumas, enevoado,
Sentir de perto o eterno
Sentir-se do outro lado

Quando se sente a vida escorrendo
Fica-se inerte, indiferente
Tanto faz se parado ou correndo
Sente o sangue vivo e efervescente
Entrega-se pois à fragilidade
Esquece-se da sua coragem
Acaba-se a virilidade
Bem como a desonestidade
Passa a mão sobre a cabeça
Sente o líquido morno
Que desenha em sua face, sua testa
Um rubro escuro contorno
Retoma-se a realidade
Volta-se para os ideais
Esquece a fragilidade
Volta para os seus iguais
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