quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Canto ao Pranto da Chuva


Caiu o pranto desesperado da chuva,
E um soluçar desesperador,
Como um canto resignado ao acaso,
Em um canto do corredor.

Tem telhado, mas vazam gotas no lugar inóspito,
Gotas gélidas de lembranças atrozes.
Tem telhado, mas vazam gotas no lugar, repito;
E à noite o farfalhar de vozes.

Na calçada, à tarde, a chuva cai que arde,
Três pessoas, que não eu, discutem em minha mente,
Na calada da noite o sono ataca, covarde.
Tarde da noite o mundo é inconsciente.

Cai o pranto desesperado,
Chovem gotas sobre o teto furado,
Escorrem lágrimas pelo telhado
Em um dia nublado.

Alguém te persegue, você corre,
E o vento sopra desesperador,
Se não consegue você morre
Em um canto do corredor.

Seus sonhos são ilusões perturbadoras,
Mas é notável a grandiloqüência dos fatos,
As noites são consoladoras,
Os dias inexatos.

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