domingo, 10 de março de 2013

Pode Vir

Sim.
A polícia está atrás de mim.
Sim.
Afinal não é tão ruim assim
Tem gente que engendra de algum modo seu fim.

Mas pode vir.
Põe cinquenta cães armados no meu encalço
Vou ressurgir
Como um ladrão sem passado no seu armário.

E não há nada que me prenda
Nada que me isole
Nada que me renda
Nada que me molde.

Prefiro o alvo em movimento
Não ataco pelas costas
Sou o arauto do tormento
Mas eu sei que disso gostas.

A vida inteira perseguida
Trancafiada na masmorra
O que foi a sua vida?
É melhor então que morra.

As sirenes na persiana
Pintam meu rosto de azul e vermelho
Não tenho medo, ninguém me chama
Olho meu rosto apático no espelho.

Como um gato lépido no teto
Que despenca do alto ao chão
Caio sempre firme e ereto
E saio disposto à missão.

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