quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Tranquilo

Fotografia por Danilo Xavier 
(http://daniloxavier.wordpress.com)

















Pouca dinamite pra abalar as estruturas
Pôs-se abaixo toda a velha conjuntura
As instituições já fracassadas desde o início
É como uma pedra que se atira ao precipício.

Sem consciência plena disso creio eu
Não se mata o que há muito tempo já morreu
Posso dormir com a cabeça ao travesseiro
Posso dormir a bem de tudo o dia inteiro.

Tranquilo como o desabar de um edifício
Ou como um carro a naufragar num precipício
Dos caminhos a escolher o mais difícil
É só um caminho ou morrer logo no início. 

Primeiro se destrói o alicerce
Depois tem a sociedade que intercede
A seguir vem a família que interpela
E a religião que esconde tudo, esfacela.


Lanço um míssil nas bases quase sólidas
E quebro as barreiras dessa fase vil e mórbida
Mergulha-se nas geleiras tão inóspitas
Para viver alegrias novas insólitas.


Vou derrubar um a um com estardalhaço
Vou pintar a cara de mil como palhaços
Pode chamar minha atuação vão disparate
Mas prefiro chamar só de extinção ou cheque-mate.

Vou desmascarar tudo que for preciso agora
E desmontar todos os jogos de armar lá fora
Não são jogos de amar são sentimentos
Mas vou tranquilo feito um cão latindo ao vento.




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