sábado, 26 de junho de 2010

Loucos

E como são meus cabelos revoltos
Onde estão meus parafusos já soltos?
O frenesi achegando-se aos poucos
Porque o mundo é o covil desses loucos.

O paraíso aqui é pra poucos
Tanto gritam aqui e ali que até roucos
Afugentam-se as almas feito cães loucos
Falando-se em loucos sei que estão soltos.

Acordo absorto no chão feito morto
Nem colchão, nem lençol, nem um pouco
O abrigo faz parte do engodo
O inimigo tece as regras do jogo.

Feito Nero por que brinca com fogo
A depressão cai feito um mundo ruidoso
Ninguém escuta ou perscruta, sem rogo
O mundo louco aqui jaz, perigoso.

E pra fugir disso tudo, seu corpo,
Onde mergulho num afago estrondoso,
Não me afogo é um lugar tão gostoso,
É o lagar do vinho mais poderoso.

E recebes em sua boca o mel todo
Faz-me esquecer o mundo dos loucos
Em meu universo só nós em meu jogo
Fora do jugo dos cruéis homens soltos.

(...)

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