sábado, 5 de setembro de 2009

Em ti...


Hoje o canto é diferente
Sua visita muda a rotina
O encanto é permanente
O sol se abre atrás da cortina.

Um cavaleiro e sua donzela
Sem mazelas, virginal
Uma moça pura e bela
Um momento feliz, crucial.

Muda-se a cor do dia, do amor
O ato concluído, consumado
O desabrochar da linda flor
Por entre os dedos de seu amado.

O seio suado arfante
O peito vibrante emotivo
No meio do amor escaldante
O enlace, o romance, o perigo.

Meu corpo todo sob seu comando
Como se eu fosse o escravo de seu desejo
Absorto e inerte seguindo seu plano
Dentro de ti sufocando-se em beijos.

E sinto cada parte sua vibrando
Enrijecendo-se em sensações de delírio
Sinto os corpos se roçagando
Num movimento mágico e lírico.

O cansaço pelo movimento contínuo
Repetitivo e não enfadonho
Às vezes penso que perdi meu tino
Mas revivo aquilo que vivi em sonho.

O sol arde no telhado do quarto obscuro
Na tarde o amor faz jorrar suas centelhas
Em ti a luz solar tira o muro
Do pudor e revela as belezas.

Pela fresta um filete obceno
De luz pra mostrar o pecado
Mas não para nem para um aceno
O mundo está todo mudado.

No fim a certeza do início
Mesmo assim desse fim eu sorri
Atiramo-nos no precipício
No abismo e luxúria que acho em ti.

Não há mais resquícios ou quimeras longínquas
Somente o mundo do nosso quarto alheio
Arrependimento não há em minha língua
Somente o sal do suor de teu seio.

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