(O conteúdo deste blog é de autoria inviolável de Alessandro Vargas, sendo parte consubstancial de sua idiossincrasia) (contém partes da obra "Velhos Invernos e Dias de Diamantes")
sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009
Relato em vão
Os relógios foram quebrados,
A alma é de gesso,
Os ponteiros parados,
O mundo do avesso.
Inerte, sem trauma, sem trama,
Um filme em preto e branco,
Um coração de porcelana,
Jogado num canto, sujo de lama.
Nem todas merecem afeto,
Procuram amores em frascos de vidro,
E eu aqui no meu mundo secreto,
Guardo seus nomes com meus comprimidos.
Chovem venturas em gotas de chuva,
Enquanto isso os dias se vão,
Segure minha mão com sua mão-de-luva,
Não deixe-me cair nesse vão.
Em vão peço sua ajuda,
Nada muda, “não é nada não”,
Sua vida é assim uma fuga,
E a minha pela sua é prisão
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