sexta-feira, 6 de junho de 2008

Um dia atípico...


Ontem foi um dia atípico. Pra começar comecei normalmente. Acordei (quase) cedo. Fui trabalhar na minha repartição. Cumpri minha meta, como sempre não almoçei (até porque nunca tenho tempo) e me concedem, de quando em vez, de quinze a vinte minutos para o almoço. Comemoro.

Contudo, eu disse atípico, não é mesmo? Ok.
Mudei de setor ao meio-dia e meia. Cumpri outra meta, aliás, meta não, cumpri o que tinha que cumprir e o que sabia, por conseguinte.

Saí às 15:00 horas. Fiquei esperando meu pai vir me buscar. O sol brilhava num azul fosco do céu, quase azul-celeste. Meu pai demorava e muito (pra variar também). Observava as pessoas vulgares em seus comentários cotidianos, e outros atípicos, afinal estávamos, todos, na frente de um fórum, ou seja, entre marginais e endividados para com a justiça. Talvez todos no mesmo charco, inclusive eu. Uns chupando picolés de ambulantes com seus carrinhos de cara dúbia por sua vez (mil perdões!), outros apenas sentados nas soleiras de qualquer canto.

O atípico dessa cena trivial em dia atípico para os triviais, foi que olhava para o céu, sabe lá por que razão, aliás, tenho reparado que tenho olhado muito para o céu ultimamente, seja por um tique nervoso, seja por sabe lá o que... Prosseguindo, eu olhava para o céu através de meus óculos (Oakley, caro que só vendo!rsrsrs), quando senti um reflexo demasiado forte em meus olhos, olhei de relance e vi uma esfera, que parecia metálica, não me atentei muito a este fato, contudo mantí-me mirando fixamente aquele objeto, que seguia em linha reta, ainda, a princípio, pensei ser uma sacola plástica, dessas que voam no vento, ao léu, contudo, de repente o sol deve ter se refletido em alguma parte mais lisa do objeto e aí sim projetou-se grande clarão, devido ao objeto ser realmente metálico. Constatei.

Nesse instante retirei meus óculos e observei a esfera metálica, que agora, se fazia maior, tal qual uma bolinha de gude no céu, não resisti, chamei a atenção de uma pessoa que estava à minha frente e indaguei a ele se estaria vendo aquilo no céu, ocasião em que o mesmo disse: "deve ser um avião", que continuava em linha reta, de fato, podia ser um avião, mas um avião redondo?

Dito isso, o sujeito vulgar que antes estava acompanhado de uma mulher ordinária que havia ido comprar um picolé e demorava, também fixou-se no objeto, nesse instante a esfera parou. Ao parar, foi diminuindo, decrescendo, e até, evaporando-se, pode ser que pelas nunvens tênues e parcas que haviam no céu, até sumir. O sujeito ficou com cara de idiota, talvez que nem a minha estava, não a vi. Que avião é esse redondo que desaparece no meio de seu trajeto às três da tarde e no céu haviam pouquíssimas nuvens como já dito?

De inopino, a mulher ordinária apareceu com os picolés, já escorrendo nogentos, e o sujeito retornou às suas conversas tão ordinárias quanto ambos e talvez até quanto eu, quanto as pessoas apenas sentadas nas soleiras, o céu azul, o dia chato, meu pai atrasado, os endividados judiciais, todo o charco etc. Penso que de atípico e invulgar apenas o objeto metálico, quem o sabe.

Ah, pra finalizar não estava bêbado, nem tampouco sou louco. (talvez louco eu seja...)

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