quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

Convites

Claramente fatigado da métrica
E a retórica fugidia e escassa
Um pouco aliviado da estética
Mais brando a medida que passa.

Navegando por mares tranquilos
Esquece-se as lástimas passadas
Nunca mais vive-se aquilo
Contudo não sobram risadas.

O passado já não transborda na taça
Mas resfria-se o espumante pra depois
O presente é latente de graça
No futuro já não existe um a dois.

Convites de alegria todo dia
Onde o mal não predomina ou germina
Sem dor existe a poesia?
Sem amor a poesia termina,

O fascinante é ver a vida lancinante
Onde o grito de euforia se reverbera
Pelas ruas o instinto de amante
Aprisionado o velho instinto de fera.

Uma estabilidade mordaz e aprazível
O paradoxo da contradição necessário
Um silêncio intenso terrível
Mesmo assim nunca fora do páreo.

Perguntam-me se vou parar
Mas quem para não encontra o caminho
Mesmo que pareça andar devagar
Mesmo sozinho sei onde estou indo.




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