sexta-feira, 27 de novembro de 2015

Você é Meu Fantasma

Não dá pra te esquecer
O que mais posso fazer?
Entra ano e sai ano sempre a enlouquecer
Mas não mais como antes e não mais junto a você.

O que fazer se a procuro
Se vem o escuro e me leva para as trevas
De que adianta tantos muros
Se quando durmo é você quem me desperta.

Gostaria de estar perto
Sou maduro já sei lidar com uma mulher
Queria agora estar desperto
E decerto ter ao certo a certeza que me quer.

O tempo não está ajudando
Entra ano e sai ano e eu ainda com esses planos
Até esqueço de vez em quando
Mas num repente vem o passado a descobrir-se como um pano.

E você mais linda ainda
Quisera eu saber agora se estás casada ou sozinha
Sem você sou trem fora da linha
Turbulento barulhento a se estilhaçar em sua partida.

O que fiz pra merecer?
Sei que foram muitas coisas mas será que as levo até morrer?
Não dá pra te esquecer
Entra ano e sai ano e meu fantasma é só você.


quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Mais Uma Vez a Insensatez

É, não foi dessa vez
Mas foi como que premeditado
Foi como tem que ser
Mais uma vez acabado.

Outra vez
Olha só quem é a bola da vez
Mais uma vez a insensatez
E à tona o passado.

Só um passo em falso
Ao despenhadeiro
Sobre um cadafalso
E um algoz certeiro.

É, mais uma vez
Foi mal compreendido
Mais um mal entendido
Sem qualquer sentido.

A presença grave
O aspecto hostil 
O que foi suave
Agora vão e vil.

O fim esperado
Como antes foi
Como no passado
E o que vem depois?




quarta-feira, 11 de novembro de 2015

Egos & Infernos

* Deuteronômio – 28-26. "E o teu cadáver servirá de comida a todas as aves dos céus, e aos animais da terra; e ninguém os espantará."

A porta do inferno
A hecatombe profunda
O demônio de terno
Eclodindo da tumba.

As mulheres despidas
São partidas ao meio
Depois de tanta investida
Agora são carne e recheio.

Camas feitas de cédulas
E o sangue como cobertor
Sente a dor em cada célula
Contudo não tem mais valor.

O narcisismo morto enterrado
Os defuntos de todos os egos
O nazismo antes disfarçado
Crucificado com muitos pregos.

O flagelo da alma
Um terror maquinal
Dissipa-se a acalma
Num calor infernal.

O fim dos disfarces
Das alegorias pecaminosas
Das ervas daninhas
Cruéis, perigosas.