sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Nunca Mais Eu Quero Alguém Como Você



















Nunca mais eu quero alguém como você
Não quero cópias, nem parecidas ou substitutas
Não quero nada que não sei se posso ter

Não quero dias de agonia, espera e luta.

Quero arquivar o seu sorriso na memória
E os seus abraços que me deixaram assim cativo
Nunca mais beijarei alguém na minha história
Como da forma que a beijei enquanto vivo.

Nem mais entrega como aquela, corpo e alma
Só pra sentir nós dois afoitos, surreal
Quero a brisa da rotina, mansa e calma
Nada será depois de ti, jamais igual.

Não mais o beijos de frescor, belas manhãs
Não mais a cor do entardecer a recordá-los
A vontade imensa e o sonhos de amanhãs
Começa agora como uma aurora a esfacelá-los.

Nunca mais quero alguém assim tão encantadora
De querer falar por muitas horas ao telefone
Nem mais espero promessas loucas, sonhadora
E só não quero porque não quero que me abandone.

Não quero presentes, nem lembranças de ninguém
Se por ventura trazer resquícios de algo seu
Nem perfumes, nem amores, vivo bem.
De aventuras, sonhos, dores. Enfim já deu.

Não quero outros trejeitos de ajeitar cabelos
Nem que tire um pé do calçado quando tensa
Não quero ver segurar as mãos, os finos dedos
E nem ver um outro olhar perdido enquanto pensa.

Espero que não goste tanto assim de ursos
Nem de rosas de chocolate, frio ou vinho
Que não vocalize uma canção que está em curso
Mas que principalmente não me deixe aqui sozinho.

Nunca mais eu quero alguém como você
Nem uma réplica, imitação, cópia, escultura
Mesmo que tenhas me deixado aqui à merce
É com certeza, minha princesa meiga e pura.

Nunca mais eu quero alguém como você
Nem uma história assim tão louca, verdadeira
Mas se eu pudesse escolher não te perder
Eu escolheria beijar sua boca a vida inteira.

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quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Tranquilo

Fotografia por Danilo Xavier 
(http://daniloxavier.wordpress.com)

















Pouca dinamite pra abalar as estruturas
Pôs-se abaixo toda a velha conjuntura
As instituições já fracassadas desde o início
É como uma pedra que se atira ao precipício.

Sem consciência plena disso creio eu
Não se mata o que há muito tempo já morreu
Posso dormir com a cabeça ao travesseiro
Posso dormir a bem de tudo o dia inteiro.

Tranquilo como o desabar de um edifício
Ou como um carro a naufragar num precipício
Dos caminhos a escolher o mais difícil
É só um caminho ou morrer logo no início. 

Primeiro se destrói o alicerce
Depois tem a sociedade que intercede
A seguir vem a família que interpela
E a religião que esconde tudo, esfacela.


Lanço um míssil nas bases quase sólidas
E quebro as barreiras dessa fase vil e mórbida
Mergulha-se nas geleiras tão inóspitas
Para viver alegrias novas insólitas.


Vou derrubar um a um com estardalhaço
Vou pintar a cara de mil como palhaços
Pode chamar minha atuação vão disparate
Mas prefiro chamar só de extinção ou cheque-mate.

Vou desmascarar tudo que for preciso agora
E desmontar todos os jogos de armar lá fora
Não são jogos de amar são sentimentos
Mas vou tranquilo feito um cão latindo ao vento.




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quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Dois Rios

"Toda reforma interior e toda mudança para melhor dependem exclusivamente da aplicação do nosso próprio esforço."

Immanuel Kant

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Dois rios que correm lado a lado,
Mesmo assim exaltações intermitentes;
Um oceano logo adiante é desejado
Onde, tão logo, misturar-se-ão às suas correntes.

 Malgrado o desejo, existe a ponderação,
Como se se colocasse no caminho um óbice proposital;
Existe o limite, a moderação,
Mesmo assim só privar-se é um pecado mortal.

Nos ósculos profundos cada dia inovados,
Nas delícias dos toques, nas pontas dos dedos.
Imergidos num mundo de amores provados
E vividos nos bosques, nas pontes. Sem medo.

E nas correntezas dos seus beijos posso navegar
E a certeza desse amor o passado dissolveu
Nas belezas do desejo quero naufragar
E provar que nosso mundo é só você e eu.

Porque sabemos que a vida não está lá fora
E a que por lá aparece nós não gostamos
O amor brota em nós aqui e agora
E de dentro pra fora vem o amor que respiramos.

Finalmente quero em ti adormecer
E nos seus sonhos toda noite ressurgir
Acordar para o amor, enfim, nascer
E em nossas almas, nossos rios, submergir.



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terça-feira, 6 de novembro de 2012

A Filosofia dos Beijos

Uma ventania insana no peito
Um turbilhão de venturas à frente
Aventuras pra te amar, é o jeito
Não há situação que a gente não enfrente.

A força, a coragem, o vigor
O desejo de amar vai além
Amanhã, o seu beijo, o calor
Ninguém vai falar. Mais ninguém.

A exatidão. A emoção. A reciprocidade.
Enfim um par ideal.
Colocamos fogo em toda a cidade
Somos prova do amor surreal.

Em um mundo de névoas moramos
Dentro um do outro vivemos
Somos tudo que nós criamos
E longe um do outro morremos.

Como quis seu sorriso em meus lábios
Hoje só quero a filosofia dos beijos
Horas de dialética muda. Quão sábios.
Temos a convicção da razão dos desejos.

E como nossa alma se comunica
Ninguém nunca irá entender
E a nossa história enfim como fica...
Só fica. O resto não sabemos dizer...