segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Monitores


Fui comprar um cigarro e nunca mais voltei
Cansei de estar sentado na frente do monitor
O computador que monitora sua vida é sua grei
E todos meus amigos não me sabem, e não os sei.

Diante de toda revolta a passear de bicicleta
Às três e meia da manhã onde já não tem mais ninguém no Face
A propósito fica uma neurótica, invisível, on line, discreta
Sentindo um profundo vazio, invisível como sua vida, na certa.

E afinal o que você compartilha com todos os seus monitores
Que dia e noite perscrutam sua vida, são eles os seus seguidores?
Se cuidar da vida dos outros virou a rotina da noite
Nossa missão só será abortada em falhando os computadores.

Carregando uma bola de ferro amarrada ao seu calcanhar
Conectado por inúmeros cabos armazenando vírus da mídia
Você acha que é o grão-mestre na arte de comunicar
Mas por dentro já foi dominado por vazio, tristeza e acídia.

E não pense que essa minha postura é vintage, cult, retrô
Simplesmente não se manipula pessoas como um robô
Se deixar levar pelo engodo da frivolidade, do google,pornô
É achar que desafia o mundo que não conhece além do vitrô.


. . .
(Poema gentilmente publicado pelos amigos do site Olhar Direto em 24/10/2011)
http://migre.me/5ZCuX

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