quarta-feira, 24 de agosto de 2011

A causadora

Sabe, pensar que foi tempo perdido é admitir
Bem mais que um erro...
É crer que o que foi vivido não valeu a pena.

E aquilo que nos faz sentido já não faz mesmo...
Mas não sou desses que acham que a vida é uma noite apenas.

E não troco aquilo de ontem por nada, nada
E o pior é que quando falo isso não me levam à sério...

E o que fiz com sua cara nunca foi piada
Mas um simples teste que sempre faço pra saber se quero.

Mesmo parecendo perante todos mais um incompreendido
Faz muito tempo que já convivo com essa imagem tola
E acredite que já superei coisa pior que isso
Mas não se julgue ser tão importante ou ser a causadora.

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quarta-feira, 17 de agosto de 2011

É no outro que a gente se encontra

É conversando contigo que me defino
É no outro que a gente se sabe
Uma boa conversa depois de um fino
Uma dose de vinho antes que o dia acabe.

E é no outro que a gente se encontra
E vai deglutindo toda a solução
A cada palavra a gente se espanta
Ao ver que no outro se encontra a razão.

Mesmo o outro sendo um espelho
Não ao contrário mas exato e perfeito
Reflete a vivência o melhor conselho
Como se num segundo desvanecesse o defeito.





(...)

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Ponto Oblíquo

Não sinto-me à vontade com esse amor descomedido
Não quero a responsabilidade da felicidade de um alguém
Não posso ser assim, isso não faz nenhum sentido
Não quero ter que magoar, e sem amar sei viver bem.

É tão difícil não ter a posse ou ser dono de outra pessoa?
Não é mais fácil libertar-se e viver só numa boa?
Se a amizade é o que perdura e durará a vida toda
Por que então se insistir num sentimento que magoa?

E lembro desde a infância desses romances mal sucedidos
Talvez seja por isso que criei esse ponto oblíquo
Se busco em minha lembrança só vejo um garoto perdido
Mesmo assim foram felizes todos aqueles caminhos ambíguos.


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terça-feira, 2 de agosto de 2011

Heresias

Não posso hesitar e dizer que não foi bom
Até por que sem o que inexiste confusão
Onde estiver o imbróglio o disparate e a emoção
Lá estaremos a entoar nossa canção.

E não vem dizer que não lhe apraz tais iguarias
E não me julgue entre os seus má companhia
Não faço parte desta pura vilania
E o que disser a partir de agora é heresia.

E posso dizer das cicatrizes em meu coração
E tinha o seu nome mas raspei com meu velho facão
Como se faz num pé de carvalho com o nome de amantes
Mas já não mais somos os adolescentes que éramos antes.



(...)