sexta-feira, 22 de julho de 2011

A cereja do bolo


A dor que lhe promovo tem a cor do meu consolo
O dolo da reprimenda é a benesse de meu esforço
Os açoites que acredita receber são parte do bônus
E o choro de todas as noites é nada mais
Que a cereja do bolo.

E lancei todos meus fardos como dardos envenenados
E rolam por todos os lados meus dados que foram jogados
Acredito que o perigo de tudo é o fascínio que tenho ao seu lado
E não acredito nesse clichê dos malditos cristais quebrados.

(...)

terça-feira, 19 de julho de 2011

Bem mais que a verdade

Nem sempre a atitude traduz a verdade
Nem sempre é verdade aquilo que ilude
À luz da verdade há coisa que mude
E há muita mentira que deixa saudade.

Por mais ledo engano que se deixe envolver
Mais vale um bom plano que um concreto viver
Todo o cotidiano é melhor com você
E agradeço as mentiras que tão bem faz crescer.

E quanta felicidade veio daqueles momentos
Mesmo a frivolidade não matou sentimentos
Hoje faz falta, mesmo assim sem lamentos
E as palavras já ditas foram lançadas ao vento.

E o que foi vivido é bem mais que verdade
E passa-se o tempo e não passa a vontade
Mesmo as mentiras de felicidade
Só trouxeram a certeza que deixou saudade.

Mas cuide que acabe antes que acabe-se tudo
E periga acabar antes do fim do jogo
E mesmo a verdade que deixa-me mudo
Se torna mentira antes do fim do mundo.



. . .

quinta-feira, 14 de julho de 2011

"Nem sempre estamos à altura daquilo que somos"


Nem sempre estamos à altura daquilo que somos
Nem sempre homens, nem sempre humanos
Nem sempre metas, nem sempre planos.

E às vezes a beleza desgasta mais que enfeita
Ora devasta, ora perfeita
Ora devassa, agora deleita.

E a vida se trata que nem prostituta
Quando paga, se deita
Se vacila, te expulsa.

E o que tenho por ela é bem mais que ojeriza
É horror, é aversão
Mas diversão se precisa.

E quando penso na vida, é que nem meretriz
Parece uma louca, se finge de atriz
E é por um triz, como sempre se quis.


*

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Você é uma unanimidade?

O ataque é a melhor defesa
E não se faça de indefesa
Predador se fazendo de presa
Aprendi contigo não esqueça.

E percorre por toda a cidade
Exalando sua toxicidade
Você é uma unanimidade?
Nem todo mundo é unanimidade.

E já perguntaram pra mim
Cadê sua humanidade?
Tão longe tão perto do fim
Pra quê simular sanidade?

E não há tempo pra sobras
Ou sensações só carnívoras
Isso aqui é um criame de cobras
Não é de hoje que lido com víboras.

E sei por onde elas andam
E saem de soslaio sorrateiras
Algumas ainda rastejam
Sempre serão traiçoeiras.

E falando em realidade
Sem misturar amor com paixão
Pergunto, És unanimidade?
Respondo, acredito que não.



. . .

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Mística

O amor essa criatura mística
Não se sabe se por convivência ou conivência
Ou por alguma destreza artística
Da falta de consciência.

Um sonho que ataca no sono
Dos incautos, dos desvalidos
Uma corda no pescoço do dono
Um joguete dos vis, dos perdidos.

Manifesta-se avidamente
Tente entender isso se podes
Acaba-se lentamente
Como aqueles espíritos pobres.

Venha falar-me de amor
Esse mesmo dito à exaustão
Uma torrente de dissabor
Que dispara em seu coração.

Sente a mística da inconsciência?
Sentiu o medo, dor, desespero?
Valeu a experiência
Chora quem riu primeiro.


* * *