E lá vai aquele Alessandro
Tão parnasiano,
enfocado em seus planos,
Mesclando-se em panos,
Emaranhando-se em seus meandros,
Nem mais tão malandro...
E vai encontrando oligofrênicos
Outros neurastênicos como ele
Em seus chapéus de neoprene
Sem mais frêmito cômico
Ora uma ânsia de vômito
Mas nem isso ele teme.
E a mídia criando jograis
A cultura ficando pra trás
Nem tocar violão eu sei mais
E tão-pouco os artistas atuais.
E lá vão aqueles palhaços
Se vestindo de retalhos, uns trapos
Nem são chiques, nem hippies, um saco!
Resgatando o pior que há de fato.
E referem-se à velha guarda
Que já está muito mais que acabada
Como se fosse uma relíquia enterrada
E um clichê que nada mais é do que nada.
...
(O conteúdo deste blog é de autoria inviolável de Alessandro Vargas, sendo parte consubstancial de sua idiossincrasia) (contém partes da obra "Velhos Invernos e Dias de Diamantes")
sábado, 28 de maio de 2011
terça-feira, 24 de maio de 2011
A Voz
Aos solavancos de um trem matreiro
Sem devaneios de algum apedeuta
Sinto vindo do mato um bom cheiro
O ninho de fato é o melhor terapeuta.
O trem ele mesmo não existe
É o balanço de ninar tão sonhado
O sono é real e persiste
É o mundo dos olhos fechados.
E mistura-se ao som da chuva
E dos trovões e dos sons de vozes
A voz da minha mãe ainda tão jovem
Que reverbera por deitado em seu colo.
E o aconchego é quente e relaxante
As conversas são o pano de fundo
Quem me dera a calma de antes
Quem me dera aquele sono profundo.
A viagem é longa e a infância disfarça
A lembrança existe mesmo que pouca
E não há tormenta que isso desfaça
Da voz em meus sonhos tão jovem tão rouca.
(***)
domingo, 22 de maio de 2011
Nem sempre
Tenho culpado você por tudo
E merece sinceras desculpas
Nem sempre é fácil suportar o mundo
Nem sempre é fácil suportar as culpas.
Tenho soltado palavras como dardos envenenados
Disparados a esmo contra mim mesmo
Não posso culpar a você por meus fardos
Afinal sobrecarreguei e muito esse peso.
E a alma parecendo um trapo esfarrapado
A percorrer pelas madrugadas
O mundo não é tão encantado
Mas ninguém também disse nada.
***
E merece sinceras desculpas
Nem sempre é fácil suportar o mundo
Nem sempre é fácil suportar as culpas.
Tenho soltado palavras como dardos envenenados
Disparados a esmo contra mim mesmo
Não posso culpar a você por meus fardos
Afinal sobrecarreguei e muito esse peso.
E a alma parecendo um trapo esfarrapado
A percorrer pelas madrugadas
O mundo não é tão encantado
Mas ninguém também disse nada.
***
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