terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Previsões

Existe amor platônico e correspondido
Se não cruzasse o oceano pra estar contigo
Não seria aquele Alessandro por ti conhecido.

Não conheceria lugares por ter te esquecido
Não mentiria pra ser menos iludido
Não viveria um minuto o perigo
Não seria nem mais seu amigo.

Não posso abdicar se não amei completamente
Nao posso protelar, será que me entende?
Quero seu corpo, passado e presente
Posso prever o futuro recente.

sábado, 13 de fevereiro de 2010

Magias

Tenho engendrado magias e tecendo venturas
A caixa está vazia mas cabe almas ainda
Talvez não seja aquilo que tu procuras
Mas tenho poções e porções de afã e loucura.

Num átimo está ótimo e faço a bel prazer o que sonha no íntimo
É ínfimo mas sinto que contigo posso ir mais além e não minto.

Já sabia da insanidade mas não levarei sorriso no nosso encontro
Posso ser mesmo aquele de sempre que resolve tudo de bate pronto.

Tenho feito planos que me deixam zonzo, me deixam tonto
E pensar em rever parece a meu ver certo contraponto.

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Palhaços

Enquanto os espinhos não tocam meus pés
Sigo do jeito que sou, tal como era
Não carrego falsos status,
Não mantenho falsa alegria,
Nada mais seria que pura quimera.

Não precisaria acreditar no que não sou
Não subjulgaria quem certamente é mais que eu
Não comemoraria falsa vitória minha
Não riria de quem já perdeu.

E de que te adiantou esse estardalhaço?
Hoje sei bem que não é esse auge todo
Hoje nada mais vejo que um infeliz palhaço
E ainda quero ver pessoalmente sua cara de bobo.

Não, nenhum espinho chegou a meus pés
E hoje sei realmente o que tu não és
Talvez realmente acreditei na supremacia
Hoje vejo que nada podes, que nada és.

Gostei até das caricaturas, ri-me todo, ri alto
Felicidades não são estampadas daquela maneira
Acordou do pesadelo, de sobressalto
Valeu, palhaço, a brincadeira.

sábado, 6 de fevereiro de 2010

Condicionado

Faça tudo quanto queira fazer
Diga tudo o que queira falar
Faça nada pra se arrepender
Só não tente me obliterar.

É assim mesmo desconexo, errado
É do lado que quero
E mesmo assim, perplexo, isolado
É do jeito que espero.

Sopra um ar condicionado
No escuro da viagem noturna
Tem ninguém do meu lado
Só paisagem soturna.

Enquanto passam as horas
Pensamentos ecoam aturdidos
O mundo voa lá fora
O mundo dos seres perdidos.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Estátuas

Poderia eu acelerar a rotação da Terra?
Poderia eu controlar a fúria das águas?
Como posso sentir desprazer na espera
Se entre as expectativas reside a cura das mágoas.

Tem quem pensa que o aguardo é derrota
Mas quem espera sempre alcança
Um dia o mundo nota
E logo a vida amansa.

Percebo cada qual em suas hostilidades
Mas pra mim são hospitalidades disfarçadas
Enquanto consomem tempo em iniquidades
Pra mim nada mais são que estátuas defasadas.

Borboletas sem casulo
Obsoletas reféns do consumo
No futuro pode que um bom adubo
Por enquanto um razoáel produto.

Nem guardo suas máculas como lembranças
Tampouco vestígios de intemperança
São apenas estátuas, são apenas crianças
Já não fazem mais nada que não irrelevâncias.