terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Cúmplices

Gosto por não haver vilipêndio
E nada é tão comedido
Em nós dois reside um incêndio
Não existe impulso contido.

Ora, me odeia, destesta
Ora pra esquecer-se de mim
Ora, diz-me não presta!
Ora, que quer então de mim?

E qualquer lugar é um bom lugar
Existe disposição e ânimos comuns
O espião secreto é o luar
A desvendar nossos corpos nus.

Somos cúmplices leais, criminosos
No nosso afã desvairado, secreto
Planos pecaminosos
Executar sempre muito discreto.

Muitos nos julgam, vis
Ela louca, ele insano, ardiloso
Nossos atos sempre muito sutis
Mas o resultado para nós vantajoso.

sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

Imutável


Sem um pesar para trás
A paz transborda de forma suave
A alegria é a gente que faz
E a minha voa como uma ave.

O ano vem com conquistas reais
O dia começa reluzente infinito
Os dias há tempos não são iguais
Os dias há tempos me nascem bonitos.

Sinto a alma inundada por cachoeiras renovadoras
Nada mais muda o imutável de mim
Estou consciente das alegrias vindouras
Feliz do que fiz e sou bem assim.

Não é nem o início do que me propus a ser
Totalmente satisfeito com minha biografia
Feliz por saber o que é vencer
Mais feliz por não viver em apatia.

Mil conquistas, amores, batalhas
As mãos firmes para dardos certeiros
Enquanto venço uns comem migalhas
Tenho a vida dos grandes guerreiros!

quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Minimalismos

Não precisa gastar vocabulário pra ficar à minha altura,
Não precisa revelar-te, mostrar descompostura,
Sei que sou combativo, entendo suas agruras
Mas saiba que é ilusão, mentira nua e crua.

Olha, intimidei-me tanto que até fui à sua cidade
O boi de segunda importância se incomoda ainda, verdade
Detentor do poder? Não sabia, agora o sei, rei, majestade
Prometo subjulgar-me e submeter-me à sua potestade.

Gastou um texto considerável com um rival já vencido?
Não entendo esse minimalismo, não sei como pode ser isso
Há tempos não ri desse jeito, há tempos, meu inimigo
Gostei, oh, bobo da corte! Adorei, oh ser submisso!

E uma coisa é certa isso ninguém discorda,
Ninguém tem só a cara, o jeito de ser idiota,
Um nerd como você, tapado como uma porta,
Não creio chegar mais longe que a segunda, mas a mim não importa.

Imagino como deve ser triste saber da minha armadura
Quero que use seus artifícios, use sua força, gordura
Já que és acostumado com as estantes mofadas e escuras
Já que no fundo sabes não ser o que ela procura.

Mas subestimei meus próprios talentos e conquistas e vivo
Vivo tanto que às vezes perigo
Espero que dure pra sempre meu "amigo"
Pra que sintas futuramente o inferno contigo.

Acho que tens o dom, tens o poder, é adivinho
Posso chegar a oficial, se esse for o caminho
Não tenho medo de nada, tampouco de ti, nem um pouquinho
Mas quanto a você tenho minhas dúvidas, nobre proletário boizinho.

Sinto alegria ao acordar a cada dia
Pois vejo ataques como razões de só ser mais eu
Sinto alegria ao conquistar o que eu bem queria
E goze o presente usado que o amigo um dia te deu.

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Ave da Mente


Quando olhas para mim vê uma figura deprimente?
Solta gritos por aí que sou um fraco, inconsequente?
Mas acredite que sou mais que uma postura surpreendente
Sou aquilo que procuras de uma forma complacente.

Viajo dia e noite nas loucuras mais dementes
As pessoas mais sadias são aquelas tidas doentes
Sigo a trilha da vida e a persigo avidamente
Pra fazer voar de repente e cantar a ave da mente.

Consigo tudo que quero e o faço arduamente
Habito seu pensamento, resido sua alma, sua mente
Revisitei nossos lugares, passado, futuro e presente
Hoje controlo minha calma, pois tenho vitórias à frente.

Assumi meu posto e não vi empecilhos na minha frente
Achei que haveria barreiras que quebraria com minha torrente
Achei que seria mais firme, mais viva, combativa, mais quente
Nem ao menos prendeu em correntes a ave da minha mente.

Você já me sabia astuto e inteligente
Conseguia o que não podia resoluto e intransigente
Fiz por merecer e o fiz avidamente
Mas acho que não conhecia, apresento-te a ave da mente.

Saiba que o ser combativo e bélico é inerente
Perguntei-te mil e cem vezes mesmo assim você não entende
Se achavas que um dia seria só calmaria, condescendente
Perdeu o fio da meada, perdeu-se avidamente.

E jamais quis seu presente, processos, papéis. Deprimente.
Não entendo seu riso forçado, viveria amargamente
Sou mais que um dia trancado, sou o pôr do sol, se me entende
Jamais sentirás o que sinto pois não tens uma ávida mente.

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Rotundo...

Tela: O nascimento do mundo - Salvador Dali - 1943

Às vezes sou complacente
Às vezes condescendente
Às vezes um cara decente
Mas só às vezes, entende?

Um dia implico com o mundo
Um dia de ser vagabundo
Um dia de ir lá no fundo
Um dia dou a volta por tudo.

E quase insano e vilão
E quase quebrei o violão
E quase voei de avião
E quase ganhei um coração.

Às vezes ganho a partida
Às vezes choro a partida
Às vezes a vida é partida
Às vezes a vida não é vida.

A vida é uma corrida intransigente
A vida é uma partida indecente
A vida é entupida de gente
A vida é insana e demente.

Lúgubre e lamaçal
Fúnebre e nada mal
Profundo e tudo igual
Rotundo e mal e mal...

domingo, 6 de dezembro de 2009

Constatações

O que houve amigo?
Onde está a soberba em mostrar-me seu retorno triunfante?
Parece que perdeu-se no caminho
Outra vez a mesquinharia, o vínculo, amante?

Parece que temos mais em comum que pensamos
Perdemos o que não tínhamos e erramos
Corremos, esperamos e alcançamos
Mais virá que não sabe sem engano.

É o preço de se tentar tirar da cabeça o que não sai do coração
Os tempos mudam, as venturas são outras
O outrora é por fora, conheça novas garotas!

Mas parece em vão...
Parece em vão.

E tudo vejo que constatações numa tarde fosca
Acha que me entristeço ao ver suas imagens felizes, belas?
Melhor é vê-la mesmo contigo pois felicito-me da sáude dela
Ver sua pele, seu sorriso, sua alegria tosca.

O que houve amigo?
Parou de exibir seu falso status, seu enlace bobo?
Até admiro sua vitória calcada em minha burrice, meu estardalhaço...
Mas parece um jogo, apesar de vitoriosos ficamos aqui com cara de palhaço.

Que pele tem ela né?
Engendrou uma trama ou te jogou da teia por não tratá-la como uma "dama"?
Siga com fé...
Apesar que esperanças nunca são muitas pra quem esperou e viveu tanto drama.