quarta-feira, 29 de julho de 2009

Viva!


Viva Gilmar mendes, viva a política!
Viva quem não se rende, viva os que mentem, viva a crítica!

Viva a celeridade processual...
Viva a correria...
Viva ser anormal...
Viva a anarquia!

Viva a dilação de prazo,
Viva a morosidade,
Viva o Habeas Corpus preventivo,
Viva o lobby, a boa vontade.

Viva as pessoas honestas,
Marcos Valério, Roberto Jefferson, Fernando Collor,
Viva Sarney, as coisas funestas, o petróleo nosso!

Uma salva de palmas a mim, aos Tribunais de justiça, aos Magistrados!
Viva a carniça, o começo do fim, os concursos burlados!

Viva o Lula, o Fernando Henrique e nós corruptos...
Viva o Ministério Público, os funcionários públicos todos ineptos!

Um salve a majestade, as potestades, a nós merecedores...
Uma banana à plebe covarde, aos aposentados e aos sofredores.

Viva a Maria da Penha e outras tantas que fazem por onde,
Viva os maridos que batem, e uma salva de palmas aos que bem se escondem.

Viva a corte, o clero, a nobreza e as prostitutas...
Viva os pobres mortais, enfim lutadores, pobres filhos da puta.

domingo, 26 de julho de 2009

Completude

Não mais convites a nostalgias pobres
Lutando contra pensamentos ínfimos
Pisando de sobressalto soleiras nobres
Vivendo intensamente momentos íntimos.

No afã da conquista da riqueza da fama
Esquecendo-se mazelas e funcionários
Quem acha-se muito mesmo na lama
Melhor conviver com seus reles salários.

Tripudiava até ontem o passado sem esperança
Tente me tripudiar agora então se puder
Se nem aos meus pés agora tu alcanças
E se alcançares mostra-me mesmo se é mulher.

Vejo de longe a nostalgia que tu vives
Rodeada de moribundos de armários indefesos
Eu estou no auge da vida sublime
E você rodeada de itens acima do peso.

Vejo a minha completude e me regozijo
Como sempre gozando a ventura o crime a sensação
Vivendo intensamente como só eu consigo
Exalando perigo, torpor e tesão.

Mas a plebe é vulgar e se acostuma com muito pouco
Um emprego estável garante o amor e a convivência
Não quero falar pois senão me chamam de louco
Mas é isso que sou e continuo enfim reticências...

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Teias


Ainda não cansei do seu rosto
Nem do seu gosto maravilhoso
Nem do seu jeito sempre ao oposto
Nem do seu seio quando está exposto.

O sorriso a face incendeia
O agosto vem vindo de lebre
A ventura dizendo até breve
E você envolta em minha teia.

Ainda não conheço de todo
Seu sexo o prazer o engodo
A lama o ardil e o lodo
Que existe atrás do amor tolo.

Ainda não disse que desacredito
Mas finjo bem quase sempre me omito
Segue o curso a tabela e o rito
É assim que te desmistifico.

Mas faz tempo que já não me rodeias
O calor a brasa incendeia
O ardor a presa à correia
Armadilha envolta em minhas teias.

Não mais rituais macabros por puro escárnio
Nem mais torturas quiçá espasmos
Não mais flagelos de irrelevantes brados
Não mais agruras graves como cães bravos.

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Meiga


Um simples abraço apertado
Um beijo louco, tresloucado
O desejo vívido percebido
Um momento único revivido.

Uma sensação de insensatez
Mas em prol da ação, da rubra tez
É sem razão, como toda vez
É sem noção. Primeira vez.

Um ágape docemente fornecido
Quisera antes tê-la percebido
Não a teria maltratado, enfim traído
Mas o mundo continua colorido.

É sem razão dizer que o mundo está perdido
Nem o amor ainda nele contido
Os sentimentos mais profundos escondidos
O prazer, em suma, a paixão, o fogo, a libido.

Ela é tão meiga, pura e suave
Eu sempre intenso, frêmito, grave
Ela é manteiga, é a cura, é a chave
Eu sou tão denso, de rapina, uma ave.

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Ruiva


Um frio aconchegante
Um olhar que não diz tudo
Um perfume inebriante
De incenso lá no fundo.

Um aroma de mulher
Um perfume adocicado
Um sentimento qualquer
logo logo transformado.

Um vinho contra o frio
Um beijo muda tudo
Emoção vão como um rio
Lábios quentes, rubros.

A noite é fria e pungente
O vento sopra, uiva
Mas aqui dentro fica quente
Ao lado da moça ruiva.

Os cabelos, envolvente
Os lábios, aroma, tudo
Tudo envolto na gente
Como num mundo perfeito e rubro.

Um começo incandescente
Pra quem queria um cinema-mudo
Uma proposta inicial inocente
Uma mudança final em segundos.

Ainda lembro a pele macia
O rosto rubro, os lábios dela
Os cabelos da cor da magia
Uma ruiva meiga e bela.