(O conteúdo deste blog é de autoria inviolável de Alessandro Vargas, sendo parte consubstancial de sua idiossincrasia) (contém partes da obra "Velhos Invernos e Dias de Diamantes")
sábado, 30 de agosto de 2008
Essa noite
Essa noite fiquei no meio da rua
Olhando para o céu, pra ver se era abduzido;
Essa noite mergulhei num copo d'água
Porque as outras águas já não tem me seduzido
Essa noite sentei-me na calçada
Como senta um engraxate ou como senta um bom mendigo;
Essa noite senti o vento, o nada
Batendo na minha cara sem violência e sem perigo
Essa noite era eu as folhas secas, rodopiando com o vento
Esse vento de setembro,
Mesmo assim não me contento, muito menos me lamento,
É agosto, sim, me lembro
A dor bate pungente, mesmo assim a festa adentro,
Mesmo assim o peito queima;
O amor bate na gente, uma dor que vai lá dentro,
Um amor que tosco, teima.
Essa noite não quero dormir, mesmo assim há o cansaço,
Mesmo assim existe o sofrer;
Sei que não vão me abduzir, pois não se interessam pelo que faço,
Assim como você
sexta-feira, 29 de agosto de 2008
A Devassidão
(Letra/ Música: Alessandro Vargas)
Dedicado a Michael Herbert
Se não há remédio pra sua dor
arrume outro amor
Se em sua vida só há problemas,
finja que não há
Se ela ligar no meio da noite
não atenda o telefone;
Se ela falar que lembra de ti,
você diz que nem lembra o seu nome
Para evitar de se lembrar das noites perdidas, da dor de cabeça
que ela um dia tanto lhe causou...
"Diga que vai viajar,
Diga que nunca mais vai voltar,
Diga que arrumou um emprego
E que agora sim, está tudo bem..."
Se ela falar de amizade, você não fale não,
Se ela falar sobre amor de verdade, você fale em traição...
Pois como pode tanta beleza desprezar romance e pureza e só pensar...
... Em devassidão...
"Diga que vai viajar,
Diga que nunca mais vai voltar,
Diga que arrumou um emprego
Que agora sim, está tudo bem...
Diga que vai viajar,
Diga que nunca mais vai voltar,
Diga que arrumou um emprego
E que agora sim, está tudo bem..."
Dedicado a Michael Herbert
Se não há remédio pra sua dor
arrume outro amor
Se em sua vida só há problemas,
finja que não há
Se ela ligar no meio da noite
não atenda o telefone;
Se ela falar que lembra de ti,
você diz que nem lembra o seu nome
Para evitar de se lembrar das noites perdidas, da dor de cabeça
que ela um dia tanto lhe causou...
"Diga que vai viajar,
Diga que nunca mais vai voltar,
Diga que arrumou um emprego
E que agora sim, está tudo bem..."
Se ela falar de amizade, você não fale não,
Se ela falar sobre amor de verdade, você fale em traição...
Pois como pode tanta beleza desprezar romance e pureza e só pensar...
... Em devassidão...
"Diga que vai viajar,
Diga que nunca mais vai voltar,
Diga que arrumou um emprego
Que agora sim, está tudo bem...
Diga que vai viajar,
Diga que nunca mais vai voltar,
Diga que arrumou um emprego
E que agora sim, está tudo bem..."
A verdade e o desejo
Há que bebê-la
Mas não só com o intuito de saciar-se
Há que sorvê-la
Sem preocupar de embriagar-se
O desejo não se oculta
A verdade não se omite
A verdade é nua e crua
Senão ela não existe
A satisfação não se disfarça
Ela vem em forma de fluidos
Ela escorre desvairada
Ela vem com seus distúrbios
Repare bem nos traços
Repare o frêmito grave
Segure-a bem nos braços
Apalpe-a bem suave
Libere a válvula de escape
Senão um dia desaba
Agarre-a antes que escape
E agora senão se acaba
quarta-feira, 27 de agosto de 2008
Atravessar o Mar Vermelho
Amo-te mesmo quando não posso
Amo-te mesmo quando não podes
Atravessamos o mar vermelho
Por um contato mais próximo
És a minha presa indefesa
Receba a reprimenda que trago
Fé na minha fortaleza
A fumaça de ti toda trago
Sacrifico-a em prol do desejo
E pode haver de ter sangue
Sou seu mau benfazejo
Sou seu sacrificante
Atravessamos o mar vermelho
Por um desejo maior, esgarçante
Recebe o afeto de que falo
Receba-o com agrado
Escorre pela boca o mel de fato
O leite alvo sagrado
Abro-te mesmo em meio a óbices
Abro-te mesmo com muitos esforços
Amo-te sempre que posso
Ama-me sempre que podes
segunda-feira, 25 de agosto de 2008
O Preço da Inocência
(Letra/ música: Alessandro Vargas)
Quem diria que seus olhos diziam mais que eu via,
Quem diria que seus lábios desejavam aquilo que eu tanto queria,
Mas há um abismo entre nós dois que se chama amizade
E amizade é o preço da convivência...
Mas o preço da inocência é o silêncio
E o silêncio só aumenta esse desejo,
E com seus beijos eu sonho a cada dia
E quando abro os meus olhos eu não a vejo
Entretanto, há uma ponte depois do abismo,
Mas o tempo é o contratempo do meu cinismo, do meu cinismo...
Esse mesmo que deixa-me insistir em coisas vis,
Mas agora o amor que sinto é verdadeiro...
Mas o preço da inocência é o silêncio
E o silêncio só aumenta esse desejo,
E com seus beijos eu sonho a cada dia
E quando abro os meus olhos eu não a vejo...
Quem diria que seus olhos diziam mais que eu via,
Quem diria que seus lábios desejavam aquilo que eu tanto queria,
Mas há um abismo entre nós dois que se chama amizade
E amizade é o preço da convivência...
Mas o preço da inocência é o silêncio
E o silêncio só aumenta esse desejo,
E com seus beijos eu sonho a cada dia
E quando abro os meus olhos eu não a vejo
Entretanto, há uma ponte depois do abismo,
Mas o tempo é o contratempo do meu cinismo, do meu cinismo...
Esse mesmo que deixa-me insistir em coisas vis,
Mas agora o amor que sinto é verdadeiro...
Mas o preço da inocência é o silêncio
E o silêncio só aumenta esse desejo,
E com seus beijos eu sonho a cada dia
E quando abro os meus olhos eu não a vejo...
sexta-feira, 22 de agosto de 2008
Cansaço
O coração partido
Como se houvesse sentido pra isso
O chão perdido
Como se nada fizesse sentido.
Um choro preso
Um sonho de lágrimas que precisam sair
Um ser indefeso
Um alguém que tem medo de que possa cair.
É tão duro sentir-se assim
Obrigado a ser duro para tentar viver
Uma tristeza sem fim
Obrigado ao menos por tentar compreender.
Um cara dividida
Em uma, duas ou três inconstâncias
Uma vida iludida
Uma preocupação absurda com as circunstâncias.
Ainda nada posso fazer
Embriagado, trôpego de medo
Andando sob meus percalços
Atropelando todos os meus desejos.
Mesmo assim existem caminhos
Qual será o segredo?
Estou só, mesmo não, mas sozinho
Quem me libertará desse medo?
Anseio um calor, um abraço
Anseio uma mão pra me acolher
É muita loucura, cansaço
Às vezes até de viver.
sábado, 16 de agosto de 2008
O Concerto do Mundo
Uma bela ventura
Uma garrafa de cerveja para o sol escaldante
Uma bela aventura
A dignidade é poder comprar uma cerveja contra o sol escaldante.
As pequenas coisas valem muito
Mesmo que pareça que outras coisas valham mais
Na verdade não sinto muito
A verdade não aparece mais...
O que aparece de quando em vez é o desassossego;
O que aparece não é tão visível;
O que aparece é sempre o mesmo;
O que aparece é tão ridículo.
Tudo é tão volúvel...
Ora pútrido, ora inodoro;
Nada que saudável.
Nada que adoro.
Decerto o mundo tem conserto.
Mesmo com tantos defeitos.
Mesmo como um concerto desafinado.
Mesmo com tantos erros.
Uma bela vida.
Uma bela garrafa de cerveja na esquina.
Uma bela vista...
Uma bela vista daqui de cima.
quinta-feira, 14 de agosto de 2008
Não há nada na minha mão
Não há nada na minha mão que eu não controle,
Não há nada na minha mão que eu não contorne,
Não há nada na minha mão que eu não sufoque,
Não há nada na minha mão que eu não retoque.
Há bem mais na minha mão do que a sorte,
Há bem mais na minha mão do que a vida,
Há bem mais na minha mão do que a morte,
Há bem mais na minha mão que ferida.
Não há nada na minha mão,
Não há nada na minha cabeça,
Não há nada, não é nada não,
Não é nada que me enlouqueça.
Não há nada na minha mão que não sonhos,
Não há nada além de ilusão aquilo que somos,
Não há nada além da visão que capturemos,
Não há nada na minha mão que antes não vimos.
Antes em minhas mãos havia mãos dadas,
Antes, nas minhas mãos haviam abraços,
Ante à minhas mãos existe trabalho,
Antes houvesse aquilo que já não é nada.
As minhas mãos já sentiram a pele sua,
As minhas mãos já seguraram tantos percalços,
As minhas mãos já aqueceram no inverno as suas,
As minhas mãos já aprenderam o que gosto e faço.
Não há nada na minha mão que outrora houvesse,
Não há nada na minha mão que eu não precisasse,
Não há nada na minha mão que eu não fizesse,
Não há nada na minha mão que eu não amasse.
sábado, 9 de agosto de 2008
Sensinstabilidade
Uma sensibilidade quase que anormal
Uma instabilidade emocional
Os dias andam tão secos...
E coisa e tal
As paredes reverberam ecos
...E nada sabemos
Ou quase sabemos
Mas nada fazemos
Até por que não podemos...
Hoje o dia vai normal
Mas a gente não
Uma instabilidade anormal
Pense bem
Nada reluz
O que reluz não é nada
Nada produz
Nem ouro, nem prata
O dia sem luz
Mas não é nada
Quero encerrar por aqui
Estou sem assunto
Não sei o que senti
Me pergunto
quinta-feira, 7 de agosto de 2008
Velhos invernos e dias de diamantes
Quanta falta faz a conversa vaga, a certeza do nada, a poeira da estrada, a monotonia.
Quero o tempo parado, a volta ao passado, num presente esperado de noite ou de dia.
Nem sonhos, nem nada, só uma tarde azulada, uma noite encantada, minutos eternos,
Deixo a dor abandonada no vento que me leva sozinho, mais nada, para velhos invernos.
Quero ouvir minha alma e violão, com calma, com coração,
Ouvir toda a gente cantando sonhos,
Espero tocar a toada da vida para que esta seja restituída e não haja mais dias estranhos.
Amigos estão distantes, mas ainda é como antes, dias de diamantes e a vida colorida,
Só o tempo é contratempo, arrasta-se lento e lento vai adiando a minha ida.
segunda-feira, 4 de agosto de 2008
Um Túnel
Entrar no túnel
É fácil demais
Engendrar loucuras
Jamais, jamais...
Um sonâmbulo perene
E fuga vã
Com torpor que assombra
A loucura irmã...
Um corpo, um túnel
Quero voltar
Não há retorno
Será que há?
Tão fácil quando dormir
E não consigo
Vejo seu corpo o tempo todo
Perigo
Na batida da festa
Muitos rostos
Não o seu
Desgosto
Ritmo
Frenético
Crítico
Sexo
Audaz
Intenso
Voraz
Tão denso
Uma nuvem em minha cabeça
Uma névoa nas ruas
Uma loucura a explodir
Em cada ausência sua
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