quinta-feira, 15 de maio de 2008

A Gente é Feito de Carne


A gente é feito de carne
Mas às vezes nem sinto
Amortece-se algumas partes
Como se a parte estivesse dormindo...

Como se parte de algo morresse
E flutuasse e discrepante
E não se intristecesse
Ver-se morrer nesse instante

Como se tudo fosse etéreo
e brumas, enevoado,
Sentir de perto o eterno
Sentir-se do outro lado



Quando se sente a vida escorrendo
Fica-se inerte, indiferente
Tanto faz se parado ou correndo
Sente o sangue vivo e efervescente

Entrega-se pois à fragilidade
Esquece-se da sua coragem
Acaba-se a virilidade
Bem como a desonestidade

Passa a mão sobre a cabeça
Sente o líquido morno
Que desenha em sua face, sua testa
Um rubro escuro contorno

Retoma-se a realidade
Volta-se para os ideais
Esquece a fragilidade
Volta para os seus iguais

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